A ampliação do uso de sistemas de ar-condicionado e a crescente demanda por pontos de recarga para veículos elétricos impõem aos condomínios novos desafios relacionados à segurança, à confiabilidade das instalações elétricas e à responsabilidade da gestão. Autorizar essas instalações sem a devida análise técnica pode resultar em sobrecargas, falhas operacionais, aumento de custos e exposição do síndico a riscos jurídicos.
Para apoiar uma tomada de decisão segura e tecnicamente fundamentada, apresentam-se a seguir os principais pontos que devem ser avaliados antes da liberação de novas cargas elétricas no condomínio.
1. Levantamento da carga elétrica existente
O primeiro passo consiste na obtenção de um diagnóstico atualizado da infraestrutura elétrica do condomínio. Esse levantamento deve considerar a carga instalada, a demanda máxima já registrada e os horários de maior consumo simultâneo. Sem esse conhecimento, não é possível avaliar com precisão o impacto da inclusão de novos equipamentos, tornando a decisão vulnerável a riscos técnicos e operacionais.
2. Condições dos quadros elétricos
Os quadros de distribuição são elementos-chave para avaliar a capacidade da rede elétrica de uma instalação. É por meio deles que se verifica se os barramentos, disjuntores e demais componentes estão corretamente dimensionados para suportar as correntes atuais e futuras. A análise deve considerar a capacidade dos barramentos, a taxa de ocupação do quadro, a possibilidade de ampliação e a compatibilidade das proteções com a carga instalada. Quadros no limite ou subdimensionados indicam que a rede já opera próxima da saturação, aumentando a probabilidade de aquecimento excessivo, quedas de desempenho, desarmes frequentes e restrições para a expansão da carga elétrica.
3. Balanceamento de fases
O crescimento desordenado das cargas pode provocar desequilíbrio entre as fases do sistema elétrico, ocasionando sobreaquecimento, quedas de tensão e redução da vida útil dos equipamentos. A análise da distribuição das cargas e o eventual rebalanceamento das fases são medidas fundamentais para garantir a estabilidade e a eficiência da instalação.
4. Adequação das proteções elétricas
Toda nova carga deve estar associada a um sistema de proteção devidamente coordenado. Isso inclui disjuntores corretamente dimensionados, dispositivos diferenciais residuais quando aplicáveis e proteção contra surtos elétricos. A ausência ou inadequação desses dispositivos compromete a segurança não apenas da nova instalação, mas de todo o condomínio.
5. Projeto específico para pontos de recarga de veículos elétricos
No caso da recarga veicular, a exigência de um projeto elétrico específico é indispensável. Esse projeto deve avaliar a capacidade da infraestrutura existente, definir critérios de medição e cobrança do consumo e ser acompanhado da emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Soluções improvisadas, sem projeto ou responsabilidade técnica, não são compatíveis com a gestão responsável de um condomínio.
6. Avaliação da qualidade da energia elétrica
Carregadores veiculares e sistemas de ar-condicionado, podem aumentar significativamente a demanda elétrica da instalação, provocando sobrecarga de circuitos, condutores e quadros elétricos. Uma análise prévia de carga e demanda permite verificar a real capacidade da infraestrutura existente, evitando aquecimento excessivo, desarmes frequentes de proteções e falhas progressivas, que muitas vezes só aparecem após a intensificação ou ampliação do uso da instalação.
7. Emissão de relatório técnico ou laudo de engenharia
As conclusões das análises realizadas devem ser formalizadas por meio de relatório técnico ou laudo de engenharia, acompanhado de ART. Essa documentação é essencial para respaldar a decisão do síndico, garantir a rastreabilidade técnica e proteger o condomínio e a administradora em eventuais questionamentos futuros.
8. Registro formal da decisão
Por fim, recomenda-se que a autorização para novas instalações seja devidamente registrada em ata, com a inclusão do parecer técnico e a definição clara das responsabilidades envolvidas. A formalização da decisão é parte integrante das boas práticas de governança condominial e contribui para a transparência da gestão.
A liberação de novos sistemas de ar-condicionado e pontos de recarga para veículos elétricos deve ser tratada como uma decisão técnica e administrativa estratégica. Mais do que permitir a ampliação do conforto e da mobilidade, cabe ao síndico assegurar que esse crescimento ocorra de forma planejada, segura e em conformidade com as normas técnicas vigentes.
Como a G2 Energia apoia condomínios
A G2 Energia apoia condomínios na tomada de decisão técnica por meio de análises completas da infraestrutura elétrica, estudos de carga e demanda, verificação da capacidade dos quadros, prumadas e alimentadores, além da elaboração de projetos, relatórios técnicos, emissão de ART e suporte direto a síndicos e administradoras.
Esse cuidado é essencial antes de autorizar novos sistemas de ar-condicionado ou pontos de recarga para veículos elétricos, evitando sobrecargas, aquecimento de cabos, desarmes frequentes e riscos à segurança da edificação.
Antes de liberar novas cargas, priorize segurança, previsibilidade e responsabilidade técnica.
Síndico, não deixe o problema aparecer depois. Faça a análise correta agora e garanta uma instalação segura e preparada para crescer.

